Funcionamento cerebral

 

As emoções são conjuntos complicados de respostas químicas e neurais que formam um padrão; todas as emoções desempenham um papel regulador que conduz, de uma forma ou outra, à criação de circunstâncias vantajosas para o organismo que manifesta o fenómeno. Apesar das emoções primárias constituírem sem dúvida o mecanismo básico, existem também mecanismos de emoções secundárias, que advêm da capacidade de formar ligações e associações entre objectos ou situações.

O mecanismo das emoções secundárias inicia-se não através da percepção involuntária de determinadas características de um estímulo que activam de forma mecânica, dispositivos inatos (emoções básicas), mas através de considerações elaboradas e conscientes que nos ocorrem em relação a uma determinada pessoa ou situação. Essas considerações estão contidas na nossa memória sob a forma de imagens mentais, organizadas num processo de pensamento extremamente complexo.

O sistema límbico[1] não é suficiente para as emoções secundárias, porque não é capaz de suportar categorias de objectos e situações. O circuito cerebral para as emoções secundárias deve ser mais vasto, incluindo os mecanismos das emoções básicas, bem como as partes do córtex responsáveis por elaborar estímulos complexos (como avaliações e expectativas). A um nível não-consciente, o cortéx pré-frontal reage automaticamente aos sinais de processamento dessas imagens.

Esta resposta provém das representações que incorporam conhecimentos relativos à maneira como um certo tipo de situação tem sido habitualmente relacionado com certas experiências emocionais, na experiência individual do sujeito.

Por isto, as emoções secundárias têm também a ver com a personalidade de cada indivíduo, sendo as emoções moduladas e particulares.



[1] Unidade responsável pelas emoções; região constituída de neurónios, células que formam uma massa cinzenta denominada de lobo límbico.