Raiva

 

A raiva é uma emoção ubíqua, quando as pessoas descrevem a sua mais recente experiência emocional, é esta a emoção que lhes vem mais frequentemente à mente. Acontece por norma, com base numa restrição, interpretação pelo sujeito de que os seus planos, objectivos ou bem-estar foram interrompidos por uma força exterior. Deriva também de uma quebra de confiança, de ser rejeitado, de receber uma crítica injusta, de uma falta de consideração por parte dos outros, e de aborrecimentos acumulados.

A essência da raiva é acreditar que a situação não é o que deve ser, ou seja, que as restrições, interferências ou criticismo são ilegítimos. Esta emoção é mais passional, a pessoa enraivecida torna-se mais forte e mais energizada. Aumenta também a sensação de controlo do indivíduo, torna as pessoas mais sensíveis e sintonizadas com as injustiças praticadas pelos outros e a luta e o sentido de controlo são direccionados para a reposição da justiça.

Este ataque pode ser verbal (gritar) ou não-verbal (bater com a porta); pode ser directo (agredir), ou indirecto (atirar um objecto fora).

As investigações demonstram uma elevada taxa de sucesso quando as pessoas exteriorizam aquilo que estão a sentir, sendo que este sentimento frequentemente clarifica problemas relacionais e estimula as culturas a mudarem para melhor (por exemplo: movimentos feministas, direitos humanos).

Nestes casos, a raiva serviu uma função positiva contudo, é sempre a expressão assertiva e não-violenta que é benéfica e não a sua expressão violenta. Esta pode servir como uma importante função de alerta (“levem-me a sério”) que leva os outros a entenderem mais profundamente o sujeito e o problema causador. A raiva é não só a emoção mais passional, mas também a mais perigosa, uma vez que o seu propósito é destruir barreiras no ambiente; cerca de metade dos episódios de raiva incluem gritar, e 10% dos episódios leva à agressão.