Conclusão
Em suma, podemos concluir que as emoções, em si mesmas, não nos podem denunciar nada, não são capazes de falar, não têm identidade, não sentem, não são capazes de integrar uma família ou de lamentar a perda de um ente querido. Estas têm que ser estudadas como constituintes da vida de alguém e ser compreendidas em função do sentido e do papel que possuem para o indivíduo, sem a imposição de noções teóricas “ priori”.
O estudo das emoções faz-se por meio de uma perspectiva de interpretação, principalmente devido ao carácter não-linear que estas apresentam com as expressões verbais ou não-verbais do sujeito. E o psicólogo, ao longo do contacto com o sujeito estudado, constrói um pensamento em que são integradas as informações relevantes para a continuidade desse processo.
O estudo das emoções pode contribuir significativamente no sentido de apontar condições para um saber aberto, consistente não com uma autoridade em si, mas devido à sua capacidade para dialogar com o real, em particular tendo em conta os riscos de considerar o conhecimento como uma entidade fixa, inatacável e estável, em que os seus argumentos estão acima das contradições da realidade subjectiva; bem pelo contrário, o conhecimento evolui num processo que é susceptível, digamos, às “intempéries” das sociedades.